Arte e Memória: Grafiteiros retratam tragédia histórica da “Máquina 500” e ressignificam espaço urbano em Serrinha.

Foto: MIR

Serrinha e a Região do Sisal continuam se destacando no cenário cultural, especialmente no universo do graffiti. Dois grupos locais, o MIR CREW e o IUF CREW, são expoentes dessa expressão artística e, juntos, deram vida a um projeto significativo no Bairro da Estação. O mural criado por eles presta homenagem ao histórico trem Maria Fumaça, conhecido como “A Máquina 500”, que explodiu tragicamente em setembro de 1951, marcando a memória da cidade.

Com recursos próprios, os artistas BLOT, D’ART, MID e ZASH resgataram essa história por meio da arte, proporcionando uma nova representação visual da locomotiva. O mural não apenas rememora a tragédia, mas também simboliza a resistência e a memória das vítimas. A pintura mistura elementos históricos e artísticos, estimulando a reflexão sobre os erros do passado e a importância de preservar a história local.

A obra reforça o papel do graffiti na ressignificação dos espaços urbanos e na preservação da memória coletiva. Além disso, a iniciativa contou com o apoio da Escola Girassol, que cedeu o muro para a intervenção artística, e recebeu incentivo dos moradores do bairro. Um dos destaques do mural é o poema “Meu Trem”, da escritora Lairte Souza, que foi incorporado à arte como forma de enriquecer ainda mais a homenagem.

O trabalho dos grupos MIR CREW e IUF CREW reforça a força do graffiti como ferramenta de expressão e transformação social, levando cultura e memória às ruas de Serrinha. A cidade ganha não apenas um novo ponto de arte urbana, mas também um importante lembrete histórico e cultural, conectando o passado ao presente por meio da criatividade e do talento de seus artistas.